Gravidez na adolescência: quais são os riscos?
Publicado em 28 de Outubro de 2019 por Policlínica Granato
A adolescência é um período de vida marcado por uma série de mudanças, principalmente as hormonais. E quando ocorrem essas transformações em meninos e meninas, é necessário que os adultos estejam prontos para oferecer uma boa educação sexual.
A importância de trabalhar e desmistificar ideias preconceituosas sobre sexo é um passo essencial para que mulheres recebam educação sexual e estejam menos vulneráveis à gravidez precoce.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é classificado como gravidez na adolescência a gestação que ocorre em mães que têm entre 10 e 20 anos de idade. E, somente no Brasil, o número chega a 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos. O índice supera a média global (46 nascimentos a cada mil) e chama a atenção tanto pelos perigos envolvidos ao engravidar nessa faixa etária quanto pela necessidade de manter um investimento contínuo em temas relacionados à sexualidade no âmbito escolar e familiar.
Segundo a Dra. Rachel de Sá, ginecologista que atua na Policlínica Granato, a adolescente não está preparada nem física nem mentalmente para ter um bebê e assumir a responsabilidade da maternidade. A médica cita como riscos da gestação os quadros de má nutrição, uma tendência maior a abortos espontâneos e as chances de que partos prematuros aconteçam. “Os bebês dessas meninas têm um peso baixo ao nascer, já que a imaturidade do corpo faz com que o seu útero não tenha se desenvolvido completamente em alguns casos. Além disso, mães adolescentes costumam ter filhos com mais problemas de saúde e transtornos de desenvolvimento. Nos casos de gravidezes de meninas com menos de 15 anos, é importante ressaltar que a criança tem mais possibilidade de nascer com más formações”, completa.
Quanto ao auxílio da escola e da família para prevenir essa situação, a Dra. Rachel cita exemplos do que pode ser feito: “Aulas e projetos para prevenção da gestação não planejada, como ensinar a colocar preservativos masculinos e femininos, anticoncepção em geral e orientar que gravidez é algo sério. Afinal, se trata de uma vida sendo gerada no ventre e que aguarda receber o amor de uma família”. A ginecologista reforça também a ideia de uma conversa aberta e transparente em família para que as jovens tenham toda a informação ao seu alcance.
É importante tocar no assunto e falar de todas as mudanças que acontecem a partir do momento que uma adolescente engravida para evitar, além da gravidez precoce, as possibilidades de evasão escolar, destino que muitas jovens têm quando se tornam responsáveis pela vida de uma criança.
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