Nos últimos anos, o mundo inteiro vivenciou uma nova pandemia, e viu os reflexos desse acontecimento em diferentes áreas. Um bom exemplo foram os longos meses onde o contato físico foi reduzido, algo que impactou diretamente nos cuidados com a saúde.

Durante o pior período da pandemia, centros de atendimento de saúde passaram a priorizar pacientes emergenciais, deixando em segundo plano aqueles que buscavam por algum tratamento mais específico e periódico, como o oncológico.

A seguir, vamos entender como a pandemia afetou, especificamente, os pacientes de câncer, e como a redução drástica da procura por tratamento pode ter afetado significativamente toda a sociedade futura.

Adiamento do tratamento

Com o colapso de grande parte dos sistemas de saúde a partir do ápice da covid-19 no país, foram muitos os cancelamentos de tratamentos e até mesmo exames para diagnósticos. Isso tudo porque a luta contra o vírus se tornou emergencial.

Dessa forma, pacientes que faziam tratamentos de saúde passaram a ser filtrados por grande parte dos sistemas. Ou seja, uma pessoa que está tratando um câncer em um estado mais complicado tinha prioridade à frente de um diagnóstico em andamento.

Essa “escolha” excepcional das instituições fez com que pacientes e pessoas que poderiam vir a descobrir um câncer tivessem que pausar os cuidados. Isso mudou toda a estatística esperada.

Segundo um levantamento do Radar do Câncer, as biópsias tiveram uma redução de 39,11% entre março e dezembro de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. 

As consequências dessa mudança

A falta de atenção à saúde, desde os casos mais graves até os mais complexos acabaram resultando em problemas consideráveis na população. Afinal, pessoas que poderiam estar se tratando ou descobrindo um diagnóstico não tiveram esse acesso por certo tempo.

Para especialistas, as consequências da pandemia nos tratamentos oncológicos teve um grande impacto, tanto no presente quanto no futuro desses pacientes.

Isso acontece porque o câncer ainda é uma doença de alta complexidade, e duas das principais fases de um diagnóstico são consideradas primordiais para uma melhoria do quadro clínico: a descoberta e o tratamento.

Quase dois anos depois desse cenário, pacientes e profissionais de saúde precisam correr atrás dessa atenção clínica. Em meio a isso, um dos principais desafios é a quantidade de pacientes procurando, ao mesmo tempo, ajuda profissional.

Isso se torna ainda mais complicado quando se estuda o cenário das cirurgias oncológicas, que são necessidades emergenciais e ao mesmo tempo mais delicadas.

O que fazer diante disso?

Agora que entendemos melhor a complexidade da situação do tratamento oncológico no país, é importante sabermos o que fazer diante desse cenário.

O ideal, conforme especialistas, é procurar fazer acompanhamentos clínicos, procurando entender se esse pode ser um diagnóstico precoce, ou como está o quadro clínico de um paciente logo após o período de grande pausa de atendimentos.

Para isso, é essencial o acompanhamento médico, além da conscientização geral sobre os cuidados com a saúde, especialmente dentro de famílias.