O verão começa oficialmente no dia 22 de dezembro e representa a época mais quente do ano, fazendo com que muitas pessoas aproveitem o momento para curtir a praia, ir para cachoeiras e realizar outros passeios a céu aberto. Apesar do tempo ser propício para essas atividades, é preciso ter atenção quanto ao tempo de exposição ao sol. Os raios UVA e UVB podem se tornar grandes vilões e causar, além de queimaduras e envelhecimento precoce da pele, o câncer de pele. E o câncer de pele não melanoma (o mais frequente e o de menor mortalidade – se tratado adequadamente) é o tumor maligno de maior incidência tanto no Brasil quanto no mundo.

Por esse motivo, desde 2014 a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja. A ação faz parte da campanha nacional de prevenção ao câncer de pele e consiste em conscientizar a população sobre como se proteger de forma adequada. Também é dada a orientação de procurar um dermatologista para diagnosticar a doença, já que o câncer de pele tem mais de 90% de chance de cura se descoberto no início. Assim, é possível diagnosticar se o paciente é portador do câncer, que se divide em dois tipos: o melanoma e o não melanoma. Enquanto o câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células responsáveis por produzir melanina), o segundo surge nas células basais ou nas escamosas.

Para reconhecer os primeiros sinais da doença, a Dra. Renata Marques, dermatologista da Policlínica Granato na unidade Shopping Carioca, diz que no caso do melanoma pode aparecer um sinal ou mancha com múltiplas cores, irregular, com crescimento rápido e que pode acelerar. “No entanto, o mais comum mesmo é o carcinoma basocelular, que se manifesta como bolinha ou nódulo que pode crescer e sangrar espontaneamente nas áreas mais expostas à luz. Já o carcinoma espinocelular, o segundo mais comum, tem como características placas avermelhadas, descamativas e ceratóticas, que podem vir a ulcerar”, explicou.

Como prevenir é melhor do que remediar, a médica disse que além de seguir as recomendações básicas de evitar o sol em horários de pico e usar o protetor solar, é importante aumentar a ingestão de alimentos à base de betacarotenos. “A cenoura e a abóbora contribuem para a proteção contra a luz, são antioxidantes e evitam o envelhecimento cutâneo acelerado”, explica. Outro ponto destacado pela Dra. Renata Marques foi a necessidade de investir em acessórios: “O uso de chapéus, viseiras e bonés também auxiliam na exposição à luz, além do uso de roupas com proteção ultravioleta”. Quanto aos riscos, a dermatologista ressalta que, apesar de todos poderem desenvolver câncer de pele, pessoas de pele clara, olhos claros e ruivos são os mais suscetíveis.

Em caso de diagnóstico positivo para o câncer de pele, é importante se atentar aos cuidados e buscar o tratamento. Dúvida para muitas pessoas, a médica explicou como é o procedimento: “Na maior parte das vezes, o tratamento é a retirada cirúrgica. Em casos selecionados, como os casos iniciais de câncer ou impossibilidade de cirurgia, são feitos tratamentos com medicamentos tópicos ou sistêmicos, dependendo do tipo de câncer”.