Varíola dos Macacos: tudo o que você precisa saber sobre a doença
Publicado em 14 de Julho de 2022 por Granato Policlínica
Nas últimas semanas, o mundo inteiro tem se colocado em alerta por causa da expansão dos casos de varíola dos macacos, uma zoonose inicialmente inofensiva em humanos, mas que rapidamente se tornou uma pauta de saúde pública mundial.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o aumento cada vez maior dos casos traz preocupações para pessoas que, em sua maioria, já passaram pelo menos dois anos em alerta com o contágio da covid-19, que segue sendo observada.
Para sanar todas as dúvidas sobre o assunto e trazer informações corretas sobre formas de proteção, transmissão e tratamento, leia o texto a seguir.
Afinal, o que é a varíola dos macacos?
A varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, é uma doença viral zoonótica — que pode ser transmitida de animais para humanos — com sintomas semelhantes à varíola.
A doença foi descoberta e estudada, em 1958, durante dois surtos de varíola em um grupo de macacos criados para pesquisa, o que deu o nome ao vírus.
Já em 1970, o primeiro caso de varíola em humanos aconteceu na República Democrática do Congo. Desde então, casos específicos foram relatados na África Ocidental e Oriental, e em 1973 a varíola foi erradicada, mesmo sem vacina.
Neste ano, novos casos surgiram em todo o mundo, assim como no Brasil. As causas para essa retomada da doença ainda são investigadas, e dentre as hipóteses está um possível prazo de validade das vacinas contra varíola, foco de campanhas há mais de 40 anos.
Como acontece a transmissão?
O que já se sabe sobre a doença é que sua transmissão ocorre principalmente por meio do contato direto ou indireto com sangue, pele ou lesões de membranas mucosas e fluidos corporais de animais e pessoas infectadas, além de objetos contaminados.
Ou seja, essa é uma forma de contágio mais lenta e difícil, em comparação com a que vimos e ainda vemos no caso do coronavírus.
A transmissão vertical ou o contato pós-parto próximo também podem ocorrer. Além disso, o período de transmissão da doença só termina quando as crostas das lesões desaparecem, o que demanda um maior tempo de isolamento dos pacientes.
Principais sintomas
O período de incubação da doença, ou seja, o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas costuma ser de 6 a 13 dias, podendo variar de 5 a 21 dias.
O que tem sido observado por cientistas e pesquisadores são duas fases da varíola dos macacos. A primeira sendo um estado mais febril e a segunda uma fase de erupção.
Dentre os principais sintomas destacados nos primeiros dias, estão:
- Febre;
- Dor de cabeça forte;
- Linfonodos inchados;
- Dor nas costas;
- Dor muscular;
- Falta de energia.
Os gânglios linfáticos inchados podem ser um sinal distintivo no diagnóstico da varíola dos macacos, pois outras doenças apresentam sintomas semelhantes, como o sarampo.
O período da erupção costuma ocorrer entre o primeiro e o terceiro dia após a febre. Em geral, começa no rosto e se espalha para o resto do corpo.
Atualmente, as áreas que se mostram mais afetadas em pacientes são as palmas das mãos e os pés, seguidos da mucosa oral, genitais e a região dos olhos.
As feridas iniciais ocorrem em lesões mais planas e, após a erupção completa, formam crostas e um líquido amarelado. Esse processo ocorre em até aproximadamente 10 dias, e a intensidade dos sintomas varia de acordo com o sistema imunológico.
Nos casos mais graves da varíola dos macacos, existem as infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecções da córnea. Se alguma destas complicações ocorrerem, é necessário procurar atendimento de saúde o mais rápido possível.
Como se proteger da varíola dos macacos?
A prevenção contra a varíola dos macacos pode ser feita a partir de uma boa higienização das mãos, seja com álcool ou água e sabão, atitude que já ocorre e é incentivada desde o início da pandemia da covid-19.
Além disso, o uso de máscaras é imprescindível para que a prevenção seja feita corretamente durante esse período inicial.
A varíola não é facilmente transmitida, tendo em vista que não é um vírus que se espalha pelo ar, mas sim por meio do contato direto.
Por isso, quanto maior cautela ao aglomerar e conhecimento do paciente, melhores serão as chances da varíola não ser facilmente transmitida.
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