Estabelecimentos oferecem exames de R$ 7 e consultas a partir de R$ 70
Rio – Percorrer uma via-crúcis nas filas doSistema Único de Saúde (SUS) ou aguardar meses por uma consulta nos planos de saúde. Pelo menos 10 milhões de brasileiros decidiram fugir das duas opções e engrossar os consultórios das clínicas médicas populares, onde exames custam a partir de R$ 7 e consultas, em torno de R$ 70. Uma injeção de ânimo e tanto para famílias sem muitos recursos, mas dispostas a pagar até meio salário mínimo, por ano, para ter direito a doses de dignidade.


Aos 75 anos, a pensionista Therezinha Gomes Monteiro, sem plano de saúde e com um quadro grave de cardiopatia, perambulou por vários hospitais públicos sem conseguir tratamento adequado. Chegou a ser desenganada por médicos. Recorreu a uma dessas clínicas, fez os exames, foi medicada e encaminhada para cirurgia de ponte de safena.


Como ela, a doméstica Filomena Macedo, de 42 anos, moradora da Rocinha, também desistiu de buscar pediatra no hospital público para o filho, Lucas, de 3 anos. “Só vou numa emergência. Prefiro pagar que é mais rápido. Marco consultas para o mesmo dia”, diz, satisfeita. A policlínica Granato, escolhida por ela, fica em São Conrado e atende em sua maioria a população da Rocinha. Junto com as filiais de Madureira e da Tijuca, já realizou 700 mil atendimentos nos últimos anos. A meta, segundo um dos sócios, o clínico Paulo Granato, é abrir mais 17 unidades no Rio até 2020. “Antes o popular era associado a serviço ruim. Hoje, é possível oferecer atendimento de qualidade a um preço justo”, diz Granato.


No Centro Médico Santa Luzia, em São Gonçalo, 50 médicos de 14 especialidades atendem os pacientes da região, como a cuidadora de idosos Rosana Martins, de 52 anos. “Quando cheguei era uma casinha. Hoje já tomou conta do quarteirão”, recorda. Hipertensa, cardíaca e sem plano de saúde, Rosana não quis depender do SUS. “A família toda se trata lá. É quase uma clínica da família, onde somos tratados com respeito”, diz.


Para o cardiologista Cláudio Salles, um dos responsáveis pelo espaço, a maior vantagem é não se submeter aos planos. “Temos liberdade para atender os pacientes e indicar o melhor tratamento. Os planos visam só ao lucro”, diz.

Dono da Granato, Paulo diz que a policlínica já fez 700 mil atendimentos.

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